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Os alunos foram desafiados a participar do concurso de reportagem Época na Educação, promovido pela Editora Globo.
Quatro temas foram escolhidos para nortear as pesquisas e os textos. São eles: Cultura e Sociedade, Brasi, Comportamento e História.
Dois grupos de alunos se destacaram com suas reportagens, sendo: os alunos de Nutrição com o tema “Mocinhos ou vilões”, a respeito das barracas de cachorro-quente, orientados pela Professora Marcia Rodrigues; outro, foi o grupo de Segurança do Trabalho com o tema “Moradores de rua – exclusão social”, orientados pela Professora Darcicleide Robilota.
As reportagens foram encaminhadas à Editora Globo, aos cuidados da Profª Anna Maria Lucchesi, coordenadora do projeto Época na Educação.
Em dezembro fomos informados que a reportagem MORADORES DE RUA venceu como uma das 5 melhores reportagens. Cada aluno participante dessa reportagem ganhou uma assinatura da revista Época pelo esforço e merecimento.
Parabéns aos alunos e professores!
Continuaremos no Projeto Época na Educação da Editora Globo em 2009!
Equipe Transforma.

Confira a reportagem vencedora...

MORADORES DE RUA – EXCLUSÃO SOCIAL

Quando pensamos a respeito da população moradora de rua, logo imaginamos que se trata de pessoas extremamente miseráveis, desprovidas de qualquer condição digna de sobrevivência.
Entretanto, ao vivenciarmos essa realidade marginalizada da sociedade, constatamos que existem seres humanos, que em sua maioria compartilham de uma trajetória de vida carregada de fracassos e que sem um apoio institucional acabam sem lar, sem casa, tendo que buscar diariamente soluções para sua sobrevivência como alimentos, abrigo, dinheiro, remédio e segurança.
Embora os fatores como demência, abandono, drogas são responsáveis por levarem algumas pessoas à viverem nas ruas, a exclusão social e econômica ainda são as causas principais.
Há registros, hoje, de um novo tipo de morador de rua, formado por pessoas que já tiveram carteira de trabalho assinada, foram chefes de família e são brancos. Como o caso do sr. José (nome fictício), de 56 anos de idade, pescador profissional de alto mar, que por um acidente furou o pé e acabou tendo que amputar um dos dedos do seu pé. Após ato cirúrgico, recebeu alta e sem ter para onde ir parou nas ruas com a ferida ainda aberta, correndo riscos de pegar infecções piores e acabar perdendo toda a perna, mas, seu pé já está todo avermelhado e inchado. Sente fortes dores e não está conseguindo andar direito. Ao retornar ao hospital, não tem os devidos cuidados e algumas vezes não chega nem a ser atendido.
Há única coisa que ele deseja nessa vida é resolver seu problema de saúde para voltar à ativa, todavia, sua condição sócio-econômica de estar como morador de rua dificulta tal desejo. Pescar é minha vida, se eu não puder mais pescar, eu não terei mais vida, diz sr. José.
Outro exemplo, lamentável, é do sr. O.R.Q., de 38 anos, nascido no Espírito Santo, porém, criado em São Paulo. Soldador e Serralheiro profissional, teve registro em carteira de R$ 1.800,00 e já trabalhou na USIMINAS (MG). Perdeu o emprego, sua mulher o deixou, levando seus cinco filhos. Hoje já tem duas netas, porém, não convive com sua família. Sobrevive de esmolas, algumas vezes, faz “bico”, olha os carros nas ruas.
Podemos constatar que essa população está à mercê das piores condições de vida. Está exposta à sérios problemas de higiene, saúde, segurança. Não tem seus direitos respeitados enquanto ser humano. São lançados à sorte, à espera da sobrevivência daquele dia ou contar com a caridade do próximo.
Enquanto não se buscam solução significativa para esse problema social, há tentativas de amenizar o problema dos moradores de rua, que vão desde o desenvolvimento de programas de acolhimento e instalação de albergues em diferentes pontos da cidade até trabalhos voluntários feitos por instituições não governamentais.
Sr. Ivo dos Santos, 72 anos, que faz parte da Pastoral do Povo de Rua, grupos de voluntários apoiados pela igreja católica, que semanalmente distribuem refeições para essa população em Osasco-SP, acredita que, solucionar o problema requer muita boa vontade e disposição dos nossos governantes. Entretanto, ressalta ele, criar oportunidades de emprego, apoios médicos e psicológicos, ter um acompanhamento sério, ver e escutar mais essas pessoas, porque cada uma tem sua história de vida para contar.
Sabemos que essas pessoas são vítimas diretas do nosso sistema econômico, dificultando cada vez mais sua inclusão social. Contudo, cabe a sociedade, de modo geral, criar programas mais eficientes que busquem a integração social dos moradores de rua por meio de projetos que criem frentes de trabalho.